A Um Carvalho
Eis o pai da montanha, o bíblico Moisés
Vegetal!
Falou com Deus também,
E debaixo dos pés, inominada, tem
A lei da vida em pedra natural!
Forte como um destino,
Calmo como um pastor,
E sempre pontual e matutino
A receber o frio e o calor!
Barbas, rugas e veias
De gigante.
Mas, sobretudo, braços!
Longos e negros desmedidos traços,
Gestos solenes duma fé constante…
Folhas verdes à volta do desejo
Que amadurece.
E nos olha a prece
Da eternidade
Eis o pai da montanha, o fálico pagão
Que se veste de neve e guarda a mocidade
No coração!
Miguel Torga
Para dizer a verdade, nem sei bem se isto é um carvalho, mas numa pequena pesquisa na internet vi este poema de Miguel Torga e a primeira coisa que me veio à cabeça foi a imagem desta grande, velha e imponente árvore que vejo todos os dias da janela do meu quarto quando estou nas Eiras, e então pensei: "espera aí... acho que até tenho uma fotografia dela!".
Ei-la!
Um grande abraço!!!
P.S: aos amantes da amarelinha, para a proxima têm direito a uma dose dupla!!!!!
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